Que parva que eu sou...
Deolinda - Parva que sou
Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
1 comentário:
A letra desta música tem sido aplaudida por quem nela se revê, e criticada por quem vive dentro do "sistema" e acha tudo um exagero.
Excepcionalmente, eu estou no meio termo: acho que há uma ponta de verdade na ideia que o poema quer passar, mas também considero que as portas não estão assim tão fechadas.
Eu tenho vindo a sofrer na pele as incertezas que nos rodeiam, mas continuo a achar que existe sempre uma janela aberta onde uma porta se fecha. O problema é que dá tudo muito mais trabalho do que no passado e temos de o fazer sem rede... E neste ponto, a música faz todo o sentido!...
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